Sunday, September 24, 2017

COM UM PÉ NA RATOEIRA

Os bancos não nos dão tréguas.
Podemos esquecer-nos do que alguns nos devem mas eles não se esquecem de continuar a pedir-nos mais.

Depois dos pavoroso incêndios de Verão a evidenciarem a desorganização da Protecção Civil do Território e o roubo das armas de Tancos a surpreenderem o adormecimento da defesa militar, além de outros incidentes estivais, lamentáveis, mas que não merecem registo nestas notas, amansou a maré negra e o país refrescou-se com algumas boas notícias: navegava-se sem sujeição a procedimento por défice excessivo,  o PIB cresce mais que o previsto, reduz-se o défice mais do que era esperado, a Standard & Poor´s tira-nos a dívida do lixo, os juros descem, tudo bom por aí fora. 
Os efeitos da  recapitalização da Caixa e da emperrada privatização do Novo Banco tinham ido a banhos em banho de Maria. 

Pouco tempo depois lê-se:  

"O impacto da capitalização da Caixa Geral de Depósitos no défice e a forma como se registam parte das receitas e despesas com fundos europeus continuam a ser motivo de discussões entre as autoridades estatísticas europeias e portuguesas, constituindo uma fonte de incerteza para o resultado final deste ano" - Público, 22/09/2017

"Faltam €4000 milhões (de recompra de obrigações  para "salvar" Novo Banco da Liquidação. Semana decisiva para futuro do NB. Um falhanço da operação seria, segundo fonte da banca "desastroso para o sistema bancário"Expresso 23/09/2017

Quanto à ameaça para o défice resultante da capitalização da Caixa apressaram-se os do Governo a garantir que as instituições europeias considerarão que "qualquer que seja a decisão que venha a ser tomada quanto ao critério de contabilização dos 3944 milhões investidos na recapitalização da Caixa, o eventual excedente aos limites estabelecidos daí resultante não contará como défice excessivo." 
E o PR afirmou mais ou menos o mesmo.

Contas de faz-de-conta, sempre à espera de mais uma parcela, a mais próxima das quais chegará dentro de dias em nome da salvação do Novo Banco.
O défice é o que, estranhamente, de forma casuística, decidirem os mestres estaticistas. A dívida é que não se verga a critérios discutíveis entre o Eurostat e o INE.

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Correl. - (25/09) - Aqui: "Gigante norte-americano Pimco vai participar na oferta de recompra de dívida do Novo Banco ... Esta decisão da Pimco aproxima a operação de alcançar o sucesso."
(25/09)Défice baixa quase para metade até Agosto

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