Wednesday, March 29, 2017

NO PEOPLE: NO MONEY, NO GOODS

O Reino Unido iniciou hoje, formalmente, a sua saída da União Europeia.
Como se chegou até aqui, é uma história longa que o Economist conta aqui e aqui.
Os gráficos seguintes são muito elucidativos da irrazoabilidade de um instrumento democrático aplicado a uma situação tão transcendente para o futuro do Reino Unido e da União Europeia. Decidido o Brêxit por uma margem quantitativamente irrelevante, considerando a dimensão das consequências da decisão que estava em causa, constata-se que, se fosse agora, o resultado seria provavelmente diferente.  

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A propósito, no Financial Times considera-se aqui que Sunderland, uma cidade do Nordeste de Inglaterra, com uma economia que depende em parte muito significativa numa fábrica de automóveis Nissan que exporta a maioria da sua produção para países da União Europeia, mas que votou muito maioritariamente no Brêxit (61,3%) será um teste aos resultados do Brêxit. 

Brêxit, que será disputado entre o Reino Unido e a União Europeia, fundamentalmente, acerca da liberdade de movimentos de pessoas, bens e capitais. 
Muitos dos que votaram Brêxit não se devem ter apercebido, e os sunderlanders pelos vistos não se aperceberam, e muitos deles continuam a não aperceber-se, que as negociações são trocas e só se a União Europeia (a Alemanha, como sempre, à frente) se distrair o Reino Unido ganhará com os resultados das trocas. Porque este, não será, seguramente, um negócio com resultado final vantajoso para ambas as partes.

2 comments:

Anonymous said...

No caso da Europa ter de vir a pagar as imparidades dos grandes bancos como seja o Deutsche, os ingleses já estão em grande vantagem ao terem saltado fora da carroça. Como num barco a afundar os ratos são os primeiros a sair por persentirem primeiro a agua que os afundara....

Rui Fonseca said...


Não creio que isso possa vir a ocorrer.
Pelas eventuais necessidades de apoio estatal a bancos alemães (ou franceses, ou de quaisquer outros membros da zona euro) serão os contribuintes alemães quem terão de pagar a factura.

Têm sido os contribuintes portugueses a pagar todas as contribuições estatais feitas a bancos portugueses, e não me parece que venha a suceder de forma diferente no futuro.

Aliás, para utilizar a sua expressão, os britânicos nunca estiveram na carroça do euro.