Monday, January 09, 2017

HÁ BANCOS A MAIS À VOLTA DESTA MESA

Afirma Centeno,

"Não podemos correr riscos com a estabilidade financeira porque todos sabemos a importância que o sector financeiro tem numa economia moderna como a nossa e não podemos ficar reféns de soluções e vamos explorá-las todas as que tivermos à nossa mão, sendo que neste momento o foco é claramente o processo de venda" ... " "não tem que ser a extinção, antes pelo contrário, isso está basicamente fora de causa"... "... "nenhuma porta pode ficar fechada porque, para conseguir combinar critérios ou objectivos, que às vezes parecem contraditórios, nós temos que alargar o conjunto de possibilidades de actuação." ... "perante um cenário que não se consubstancie numa venda, (pode) haver outras alternativas que permitam atingir o primeiro dos critérios que é a estabilidade do sector financeiro". - aqui 

Resumindo, Centeno afirma que, se as negociações ainda em curso com o Lone Star falharem, o Governo avançará para a nacionalização (pretensamente temporária) do Novo Banco. 
Aliás, registe-se, para memória futura, que se a nacionalização for a opção última, por exclusão da extinção, conta até com o parecer favorável de opiniões emitidas a partir de quadrantes ideologicamente contrários.

E a nós, contribuintes, continuará a obrigação de continuar a ajoujar com a carga cada vez mais pesada dos erros, das conivências, das incompetências, dos crimes praticados por acção ou omissão, daqueles que inicialmente engendraram os monstros e depois daqueles que não os tendo dominado os deixaram crescer. 

Se o Novo Banco for nacionalizado será contida a sua fome de mais recursos e, consequentemente, de mais impostos? Como? Se a reversão da deterioração da situação, que à partida era suposto ter deixado de fora o que estava infectado, não foi possível durante dois anos e duas tentativas de venda, o que é que pode ocorrer para acontecer o que até agora foi impossível? Visivelmente, nada.

Nada, porque há bancos a mais e economia a menos em Portugal.
O Novo Banco não faz falta à economia portuguesa. O que faz falta é mais economia capaz de sustentar um sistema financeiro solvente. A economia não cresce por crescerem os bancos. Os bancos crescem, e não necessariamente em número mas em dimensão, com o crescimento económico num ciclo evolutivo onde o ovo precede a galinha.
A extinção do Novo Banco é a única opção economicamente justificável. Todas as outras decorrem da falta de ousadia para recorrer à medida politicamente mais difícil de engolir. 

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