Friday, July 29, 2016

A TEMPESTADE

Shakespeare morreu há 400 anos. 

Terá sido ele o autor da grandiosa obra, geralmente considerada como centro do cânone da literatura ocidental? Não importa. Se não foi Shakespeare foi alguém que não ousou, porque não podia ou não queria, assumir a autoria, mas o legado não é minimamente desvalorizado por isso.
Há quatro séculos, um génio criou aquilo que, por ser tão grandioso, levanta persistentemente a dúvida de ter sido criação de um só indivíduo, de mais a mais assoberbado com múltiplas ocupações no teatro e nos negócios. 

A celebração da efeméride ficou praticamente deserta entre nós. 
Uma das poucas excepções regista-se no Mirita Casimiro, em Cascais.
O desempenho dos (oito) elencos não é notável. A opção pela oportunidade de pisar o palco dada a muita gente nova é louvável mas não beneficia o espectáculo. O ruído do conjunto impede a boa percepção de um texto, que não é fácil, e coloca a declamação num tom excessivamente teatral. 

Mas vale a pena ver.

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"Última peça escrita por Shakespeare, "A tempestade" é uma história de vingança, é uma história de amor, é uma história de conspirações oportunistas e é uma história que contrapõe a figura disforme, selvagem, pesada dos instintos animais que habitam o homem à figura etérea, incorpórea, espiritualizada de altas aspirações humanas, como o desejo de liberdade e a lealdade grata e servil."

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