Sunday, April 10, 2016

O MAL PARADO NÃO PÁRA

Em entrevista do "Diário de Notícias", o primeiro-ministro anunciou a sua intenção de promover a limpeza do sistema financeiro transferindo para um "veículo" adequado o crédito incobrável - dito
mal parado - estacionado nos balanços dos bancos.

Veículos destes já foram construidos vários nos últimos anos para acolher imparidades - outra designação para os mesmos factos - de bancos, ou pseudobancos, que foram vendidos por tuta e meia ficando o mal parado às costas dos contribuintes.
Há alguma possibilidade de não se repetir no futuro o padrão observado até agora? Não se vislumbra.
Mais : A probabilidade de ocorrência de crédito mal parado não desaparece nem se reduz com a "limpeza dos balanços" num determinado momento e pode até acelerar o seu crescimento se não forem tomadas medidas que o impeçam.

Deve o Governo alhear-se da situação actual, suspeitadamente preocupante, do sistema financeiro neste momento? Não deve. Mas também não deve propiciar a desoneração daqueles que assumiram riscos suspeitos e embolsaram prémios antecipados transferindo os custos de tais moscambilhas para o Orçamento de Estado, isto é, para os bolsos dos contribuintes.
Há certamente outra saída. Espera-se que o sr. António Costa esteja a pensar nela.


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