Monday, August 03, 2015

ACERCA DAS CONFUSÕES OFICIAIS

Há uma semana e picos atrás, o sr. Paulo Núncio, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais  anunciava mais uma medida, vd. aqui, para convencer os portugueses a colaborarem no aumento da recolha da receita fiscal: "A Autoridade Tributária e Aduaneira disponibiliza a partir de 24 de Julho, um simulador onde será possível cada contribuinte ter uma estimativa sobre quanto lhe vai ser devolvido da sobretaxa de IRS em 2016, quando for feita a sua liquidação do imposto, estimando  que a devolução possa ser de 19% da sobretaxa".

Quer isto dizer que há pouco mais de uma semana atrás, pelas contas das Finanças, as cobranças de impostos iam de vento em popa e, senhores eleitores!, graças à cooperação dos senhores contribuintes, em 2016 haverá uns cobres de volta na factura do IRS. 

Hoje, soube-se - vd. aqui -, que, afinal segundo a UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) "se a receita fiscal mantiver até final do ano o crescimento registado no primeiro semestre, a cobrança de impostos ficará 660 milhões abaixo do previsto". 

E o cidadão comum interroga-se: por que carga de água não se afinam os simuladores das Finanças pelos da UTAO, ou vice versa?  Mas a resposta é simples: se houvesse afinação entre as Finanças e a UTAO,  a UTAO seria redundante e o sr. Paulo Núncio, provavelmente, perderia a oportunidade de anunciar boas novas aos eleitores.  

Até porque quando o sr. Oliveira Martins, digníssimo presidente do Tribunal de Contas, por sua vez, disser de sua justiça sobre as contas, já o acto eleitoral deixou há muito tempo de ser notícia.

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