Monday, June 15, 2015

E SE A GRÉCIA DISSER NÃO?

"A Grécia não tem nada a perder ao dizer não aos credores", afirma Wolfgang Münchau no Financial Times de ontem - cf. aqui -, hoje publicado no Diário de Notícias  - cf.  aqui. E diz, de modo muito claro por quê. 

Outro colunista do Financial Times, Gideon Rachman, considera aqui que os gregos podem optar por uma de quatro alternativas mas as negociações cada vez se assemelham mais à cena final de "Rebel Without a Cause" (Fúria de Viver, na tradução portuguesa do título) que acaba com a queda de um dos concorrentes no precipício. Rachman não palpita quem será, neste caso, o personagem desempenhado por James Dean, implicitamente concluindo que o desfecho de um eventual Grexit é uma inextrincável incógnita.

Também hoje e no Financial Times, Mohamed El-Erian, outro colunista do FT, prevê aqui que "A Grécia não seria a única perdedora no caso de um divórcio não amigável".

Interpelado por Elisa Ferreira, na sua qualidade de porta-voz dos socialistas europeus para os assuntos económicos, acerca das consequências de uma saída da Grécia do euro, Draghi respondeu - vd. aqui - o BCE "não é uma instituição política e atua de acordo com regras já existentes", apontando que as decisões devem ser tomadas em sede do Eurogrupo, acrescentando que também é da opinião de que, "neste momento, a bola está do lado das autoridades gregas". Para bom entendedor: Se querem uma solução, essa solução tem de ser política.

Há uma semana atrás, Francesco Giavazzi, professor de Economia na Universidade Bocconi de Milão opinava aqui, também no Financial Times, cit aqui, que "se a Grécia escolhe a pobreza, deixem-na seguir o seu caminho e não lhe emprestem mais dinheiro" .

Há quatro meses atrás anotei aqui: Assim vão as coisas no clube. Para uns, os gregos são uns refinadíssimos safados, para outros, são vítimas dos algozes do norte, em qualquer caso quanto mais depressa ficarem por sua conta e risco tanto melhor para todos. A tentação de abrir a caixa (de pandora) é grande. Já amanhã?
Não foi. E se não foi daquela vez, presumo que não será de outra. 
Apesar da louvada reputação do prof. Giavazzi.
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Correl . -  Hoje, 16/06, "Leaving Greece to its own devices is not an option"
Tony Barber/Financial Times 
The gap between Greek and German views my be to great for the politicians to bridge
Economist 

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