Thursday, December 18, 2014

A DERIVA EUROPEIA


No Financial Times afirmava-se anteontem que, vd. aqui, o crescimento dos partidos europeus de protesto, aqueles que capitalizam o descontentamento popular mas que não reunem, nem é provável que venham a reunir, suporte eleitoral suficiente para governar, assustam os investidores, travam o potencial
de crescimento económico na Europa e reduzem o crescimento económico global. 

Também anteontem o Público publicava uma excelente análise política do eurodeputado Paulo Rangel - Factor "i": o factor europeu que Portugal ignora - acerca do crescimento do radicalismo político, de esquerda e de direita, frequentemente convergentes por razões tácticas,  na Europa. Em Portugal, não é, pelo menos por agora, tão evidente esse radicalismo, que se manifesta em reacções racistas, chauvinistas e xenófobas, porque não é também tão relevante o impacto da imigração na sociedade portuguesa. Aliás, em Portugal  o saldo migratório voltou, nos últimos cinco anos, a ser bastante negativo excedendo o fluxo emigratório largamente o fluxo inverso.

Resume o eurodeputado: "Temos de encontrar uma solução equilibrada, que respeite profundamente a dignidade dos migrantes, que não ponha em causa a liberdade de circulação e que crie perspectivas de segurança e de identidade aos povos de acolhimento. Para o nosso futuro político (europeu e português) tão importante como o factor "e" (economia) vai ser o factor "i" (imigração)".

"Temos de encontrar uma solução ....", diz Rangel. 
Mas, quem? 
Este é o maior desafio que se coloca ao Parlamento de uma União Europeia à deriva. E ou o desafio é ganho, e a União safa-se, ou perdido, e a União Europeia afundar-se-á no meio de um turbilhão que pode ser inimaginavelmente sangrento.

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