Tuesday, October 21, 2014

O GATO FEDORENTO

Continuou hoje a cair, vd. aqui, mais de 8% em Lisboa,  enquanto que a actual dona do gato caiu mais 4% em S. Paulo. Como quanto mais cai a dona mais cai o gato, e quanto mais cai o gato mais cai a dona, se a dona não larga o gato, o gato e a dona vão irremediavelmente acabar por estatelar-se no chão. Parece, portanto, do mais elementar bom senso que a dona largue rapidamente o gato e o gato que se aguente.

Entretanto, soube-se hoje, vd. aqui, que  "no âmbito dos procedimentos que tem vindo a adoptar para obter integral ressarcimento dos danos que lhe foram provocados pelo seu intermediário financeiro, o BES, o gato fedorento requereu ao Banco de Portugal a prestação de diversas informações que considera essenciais ao apuramento de todos os responsáveis pela comercialização de instrumentos de dívida emitidos por entidades pertencentes ao Grupo Espírito Santo, nos quais se inclui a Rio Forte Investments, S.A". 

Alega o gato fedorento "que o Banco de Portugal, até ao momento, tem recusado facultar qualquer informação sobre a situação "invocando segredo profissional", sendo essencial apurar os fundamentos de tal proibição do regulador, o que não se confunde com qualquer dado de que tenha tomado conhecimento exclusivamente em virtude das suas funções de supervisão prudencial".

Resumindo, alega o gato que emprestou ao GES por recomendação do BES, enquanto seu intermediário financeiro. Como o BES não podia ignorar a situação financeira do GES, o gato pretende ser ressarcido das perdas resultantes de uma assessoria que lhe falta provar ter sido falsa.

O que não impede que o gato fedorento e a dona do gato não continuem alegremente a cair amanhã.



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