Saturday, September 13, 2014

BANQUEIROS A DIAS, PRECISAM-SE

Não haverá nenhuma justificação plausível para Ricardo Salgado ter enveredado por caminhos que atiraram o BES ao chão. O principal responsável é ele, mas aqueles que obedeceram  às suas ordens espúrias  ou  falcatruaram por iniciativa própria não são menos culpados. Mas a partir do momento em que os Espíritos Santos e companhia foram afastados da gestão do banco os resultados das iniciativas tomadas pelo Banco de Portugal com o objectivo de limitar as perdas são inequivocamente atribuíveis à administração do banco central e, nesta medida, com os erros do supervisor folgam as costas dos primeiros culpados, os banqueiros relapsos. E pagam os contribuintes.

O que mais espanta neste outro escândalo financeiro - certamente o maior e mais demolidor desde sempre - é a forma como os intervenientes, Banco de Portugal, CMVM, Governo, Presidente da República, se dedicam à intriga pública, tentando cada qual por seu lado atribuir aos outros as culpas de uma incompetência evidente, deste modo mitigando as  responsabilidades de Ricardo Salgado aos olhos da opinião pública.

Hoje soube-se que o núcleo fundamental da administração de Vítor Bento está demissionária. E percebe-se porquê. Talvez a melhor solução, aquela que menos penalizará os contribuintes - que em qualquer caso penalizará bastante - seja a venda urgente do Novo Banco, mas não foi aquela que esteve subjacente à decisão de abandono de uma marca mais que centenária.   Se a ideia era vender o mais depressa possível faz algum sentido o investimento num imagem que terá uma vida efémera? Não faz sentido nenhum. Bento foi traído pelas tergiversações e pusilanimidades de Constâncio Segundo e bateu com a porta.

Agora, Constâncio Segundo tem de recrutar banqueiros a dias até amanhã. O descalabro continua dentro de momentos, e a factura aumenta.
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Act. (14/9)
Notícias desta tarde dão como garantida a nomeação de Eduardo Stock da Cunha para o lugar, mas não com a mesma incumbência, de Vítor Bento. Espera-se que Stock da Cunha nos surpreenda e venda o Novo Banco por um valor próximo do valor do empréstimo dos contribuintes portugueses.

1 comment:

Unknown said...

Só apetece gritar como o aflito "tirem-nos daqui". Governantes tão irresponsaveis até assusta.