Thursday, August 15, 2013

CASA DOS AZULEJOS DE DELFT

Há dias, a propósito de uma revisita a "Rapariga com Brinco de Pérola" na companhia da geração mais nova, prometi ir com eles visitar a maior colecção de azulejos de Delft do Séc.  XVIII num local perto da nossa casa. A "Rapariga com Brinco de Pérola," uma história imaginada para um filme sobre "Vermeer" é, sobretudo, uma excelente pintura da sociedade holandesa no Séc. XIV, mas a ideia de visitar a colecção semiescondida na "Casa do Paço", Figueira da Foz, ocorreu do facto da "Rapariga", obrigada, por razões se subsistência, a sair de casa de seus pais para servir em casa de Vermeer, levar consigo como relíquia um azulejo pintado por seu pai.
 
 
 
A Casa do Paço, construída entre 1690 e 1704 para habitação de veraneio do Bispo-Conde de Coimbra, D. João de Melo teve uma história atribulada - vd. aqui -, e pertence hoje à Câmara Municipal da Figueira da Foz, que a comprou durante a presidência do engenheiro Duarte Silva por um milhão de euros, investindo nela mais trezentos mil euros em obras de recuperação de gosto duvidoso. Com visitas gratuitas sujeitas a marcação, a Casa do Paço vale sobretudo pelo conjunto de largos milhares de azulejos colados nas paredes, muitas vezes de forma desastrada, mas, só pelos azulejos, vale bem uma, ou mais visitas demoradas.
 
Mas é pouco visitada.
Não sei o que o pensa o próximo executivo camarário acerca da promoção desta riqueza de interesse histórico, e a Figueira, por ser uma cidade relativamente recente não tem muitas. O que sei é que, encerrada num edifício que raramente é aberto, aquela colecção, aliás, muito mal exposta, não serve como devia os interesses da cidade. É preciso dinheiro? É com certeza. E imaginação, sobretudo.
 
 

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