Friday, October 26, 2012

A CULPA DA COR

Há quatro anos, os norte-americanos supreendiam o mundo ao eleger o candidato democrata Barack Hussein Obama , um afro-americano, filho de um economista queniano e de uma antropóloga norte americana, preterindo o candidato republicano, John McCain, um herói da Segunda Grande Guerra. Um acontecimento só possível nos EUA, foi o comentário mais generalizado na altura.
 
Tanto ou mais surpreendente foi a atribuição do Nobel da Paz um ano depois, geralmente considerado, e reconhecido implicitamente pelo laureado no seu discurso em Oslo, como prematuro.  Quando Obama tomou posse os Estados Unidos debatiam-se numa situação de descalabro financeiro só comparável com a Grande Depressão entre as duas guerras mundiais e o prestígio da nação mais poderosa do mundo  tinha-se sido afundado com o comportamento errático do seu presidente, o republicano George W. Bush.
 
Durante os quase quatro anos na presidência de Obama, os EUA recuperaram em grande medida o prestígio perdido internacionalmente, a economia, não tendo recuperado de modo impressivo apresenta indicadores de vitalidade não superados pelas outras economias ocidentais, nomeadamente a União Europeia, incluindo o Reino Unido, sempre mais seguidor do rumo do outro lado do Atlântico do que do Continente ao lado. A situação financeira, por outro lado, se não pode considerar-se garantidamente consolidada deixou de pesar sobre ela a iminência de uma catástrofe imparável. No campo das relações internacionais, onde o papel de Hillary Clinton tem sido decisivo, os EUA eliminaram Osama Bin Laden desferindo um golpe, espera-se que irrecuperável na Al-Qaeda, reduziu ao mínimo a presença de tropas no Iraque, prometeu uma estratégia idêntica no Afeganistão. No campo social, qualquer que seja a rota futura, a sua marca ficará para sempre impressa na segurança social garantida a 30 milhões de concidadãos seus.
 
Contrariamente a Bush, muitas vezes alvo de chacota da opinião pública, e a Bill Clinton, enlameado em cenas sórdidas, Barack Obama transmitiu ao longo do seu mandato uma atitude de grande seriedade, serenidade e capacidade de decisão. Ainda há pouco mais de um mês as sondagens lhe prognosticavam a reeleição.
 
No próximo dia 6 de Novembro, os norte-americanos irão votar o seu presidente para os próximos quatro anos. Na reta final, o candidato Mitt Romney está, segundo as últimas sondagens, posicionado à frente de Obama e será, se o voto popular confirmar as previsões, o próximo presidente dos EUA.
E porquê? Pelas piores razões. Inesperadamente, os norte-americanos que há quatro a nos surpreenderam o mundo elegendo um negro como presidente, irão negar-lhe um segundo mandato por (vd aqui) culpa da cor.

O racismo, como o escalracho, tem raízes profundas e volta a rebentar sempre que o tempo lhe correde feição.
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