Friday, June 15, 2012

UNIÃO POLÍTICA, DEFENDE MERKEL


Na expectativa dos resultados do próximo domingo na Grécia e diante do alarme da situação em Espanha, Merkel foi ontem ao Bundestag afirmar que*:
- A Alemanha não é uma fortaleza sem fim nem a sua capacidade ilimitada para salvar sozinha a Europa;
- A crise não se soluciona com mais milhares e milhares de milhões, e todas as medidas adopatadas até agora e os fundos de resgate já utilizados se dissolveriam se a locomotiva económica da Europa explodisse;
- Houve decisões irresponsáveis durante estes dez últimos anos, que provocaram a actual situação, como aquelas que permitiram a enorme bolha imobiliária em Espanha. 
- O  pedido de ajuda de Espanha para resgatar a sua economia pressupõe condições para o seu sistema financeiro. (As obrigações da dívida soberana espenhola a 10 anos subiram a níveis nunca antes atingidos depois da introdução do euro);
- As recentes provas de resistência ao sector financeiro pela Autoridade Bancária Europeia não serviram para nada porque os supervisores nacionais tiveram influência excessiva nos resultados. Um exemplo disso é o facto de não ter sido revelado o nível de imparidades dos bancos espanhóis que agora se avalia em cem mil milhões de euros;
- Tudo isto prova que devemos avançar para a união política da Europa para que haja comunhão das responsabilidades e um controle comum; 
- É favorável à atribuição ao BCE  de competências para controlar os sectores bancários da zona euro, de modo a evitar que os interesses nacionais não perturbem a visão das situações.
- Assegurou que a Alemanha colocará todos os seus esforços ao serviço da integração europeia e da economia mundial.
- Atacou aqueles (David Cameron) propõem soluções instantâneas para a crise;
- Repetiu a sua oposição à emissão de dívida europeia conjunta e a criação de um fundo comum de garantias bancárias para toda a zona euro;   
- Insistiu na consolidação orçamental como arma contra os problemas actuais da União Europeia e do euro;
- Congratulou-se com a boa situação da economia alemã mas voltou a referir as limitações objectivas para escorar as economias mais afectadas pela crise;
- Colocou em causa a constitucionalidade de algumas propostas de solução freitas por outros membros da UE. A Europa deve obedecer às suas próprias regras;
- A Europa é o nosso destino e o nosso futuro. Se o euro fracassar, fracassará a Europa;
- O Pacto Fiscal é importante como primeiro passo para a harmonização europeia;

Segundo um estudo recente do Crédit Suisse, a Alemanha arriscará mais de 400 mil milhões de euros nos diversos fundos de estabilidade europeus, dos quais mais de 100 mil milhões já estão comprometidos.
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O líder da oposição, o social democrata Frank-Walter Syeinmeier (SPD), por seu lado, advertiu os alemães que a crise já chegou ao seu país, e acusou Merkel de passividade perante os problemas europeus e não prestar atenção ao segundo pilar da recuperação que é o crescimento e a luta contra o desemprego, esclarecendo, no entanto, que nada têm contra a consolidação orçamental.      
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* Resumo de artigo publicado ontem no El País.

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