Monday, February 27, 2012

JÁ RECUÁMOS 10 ANOS!

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Ontem referi-me a dois indicadores construídos pelo Economist, publicados recentemente: O já consagrado "Big Mac Index" e o custo dos ingredientes para fazer uma panqueca. No dia anterior tinha-me entretido a comentar os graus de felicidade declarados (auto avaliação) por diferentes povos.

Se não deve haver duas sem três, embora eu não saiba porquê, hoje deu-me para contemplar (o tal efeito sexy dos gráficos) a avaliação feita pelo Economist do recuo que a presente crise já representou para um conjunto de países, de entre os quais, hélas!, desta vez também inclui Portugal.

Contas feitas, e explicadas aqui, Portugal já recuou 10 anos! Voltámos a 2002.
Mas há quem tenha recuado mais, ainda que na consideração destes recuos, evidentemente, se tenham de considerar os diferentes pontos de onde recuaram.
Os EUA recuaram um pouco mais, o que quer dizer que as diferenças médias relativas entre nós e os norte-americanos quase se mantêm.
A Islândia recuou 12 anos, mas há 12 anos a Islânda já estava muito à frente de Portugal. .
A Grécia já recuou 13 anos mas desconheço se o gráfico já contempla os últimos estragos. Em qualquer caso, os gregos parecem condenados a recuar ainda mais. Oxalá não nos reboquem com eles, é sempre arriscado que alguém se aproxime de um náufrago sem bóias de salvação.

Há alguma correlação à vista entre os recuos e a presença na Zona Euro? Aparentemente, não.
A Grécia, que está na Zona Euro, recua 13 anos, mas a Islândia, que não está, recua 12.
Os EUA recuam 10, e imprimem os dólares que lhes dá na real gana.
Portugal e a Letónia recuam 10, a Irlanda 9. Estão no euro.
A Hungria está fora do euro, recua 8, mas tudo leva a acreditar que vai recuar mais.
O Reino Unido, agarra-se à libra com unhas e dentes, recua 8.
No euro, a Espanha recua 8, a Itália 7,5, a França 6 e a Alemanha 3.

Aliás, a Alemanha é, dos países do gráfico, o único país onde o desemprego não subiu.
Juntamente com a Austrália, que não está incluida no gráfico, Alemanha e Austrália são as maiores resilientes à crise entre os países ditos de economias avançadas.

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