Thursday, February 23, 2012

EM NOME DO ESTADO

Por um post colocado aqui li esta notícia: Sérgio Monteiro, secretário de Estado dos Transportes afirmou que as dívidas das empresas públicas do sector serão assumidas pelo Estado e não serão os utentes ou os trabalhadores a pagá-las.

Ferreira de Almeida, autor do post que referi, afirma:    
O Estado, neste caso, são os contribuintes como o governante bem sabe. Pensava eu que a socialização das consequências dos disparates cometidos era coisa do passado. E que as explicações demagógicas tiveram o seu tempo. Erro meu.

Quem pode discordar?
Comentei, a propósito, aquilo que tenho repetidamente anotado neste bloco de notas:

Em nome do Estado refugiam-se as irresponsabilidades dos governos, centrais e locais e outros governos mais.
O Estado ( ) é um ente sem capacidade volitiva. É imputável pelos erros cometidos por outros em seu nome.
O nome do Estado é sempre invocado como forma de encobrir ou diluir responsabilidades, e, deste modo, safar os reais responsáveis.

Não foi o Estado que fez, ou não fez, ...isto ou aquilo, foi o Governo X, a Câmara Y, o Conselho de Administração de Z. Mais concretamente, o senhor A, o senhor B, o senhor C, etc.

Falta transparência na apresentação das contas públicas.
Há práticas e criatividades que permitem as manipulações mais graves cujos resultados só são conhecidos ao retardador. E os culpados já estão noutra. A culpa de quem é? Do Estado? O que é isso?

O primeiro passo para mudar de vida é não invocar o nome do Estado, porque o Estado tem as costas largas mas são virtuais.

Procurei na net alguma informação sobre o senhor SEOPTC. Encontrei aqui.

"A ideia de nomear Sérgio Monteiro para Secretário de Estado Obras Públicas, Transportes e Comunicações é no mínimo curiosa. Não conheço o senhor de lado nenhum, mas um percurso profissional na banca onde se destaca “a participação no processo de refinanciamento da dívida da RTP e no recente plano de reestruturação da dívida da Carris e de racionalização de custos” e mais uma data de parcerias para financiar obra pública (Auto-Estradas Douro Litoral e Auto-Estradas do Marão e, pasme-se, TGV) levanta-me assim, sei lá, umas suspeitas. Ou o homem está arrependido, e conhecedor privilegiado dos meandros destas golpadas vai dar cabo delas num instante, ou não há mesmo vergonha nenhuma entre os representantes nacionais da troika."

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