Sunday, February 12, 2012

CRIME E RECOMPENSA

A Caixa Geral de Depósitos é um manancial de escândalos visíveis.
O Expresso/Economia desta semana retoma um tema já conhecido: As administrações da Caixa emprestaram para operações meramente especulativas não só o dinheiro das poupanças de muitos portugueses mas também de crédito importado com que participaram no afundamento da solvência do País.

O caso conhecido relatado nesta edição do Expresso/Economia  intitula-se - Sem dinheiro, Fino quer que a CGD mantenha a Cimpor. O que, traduzido, significa que a Investifino, dona da Soares da Costa não tem dinheiro para recomprar os 9,6% da Cimpor que estão dados como garantia à Caixa até à data limite para o fazer: 16 de Fevereiro. Se o não fizer a Caixa pode vender as acções mas tem de conceder a opção ao grupo brasileiro Votorantim, já detentor de mais de 50% da cimenteira. 

É aqui que entra a troica: a pressão para que os bancos descartem as participações fora da actividade bancária é enorme mas essa pressão, ao que parece, não envolve esta participação de 9,6% na Cimpor.  A  hipótese de a Caixa continuar a deter os 9,6% da Cimpor é admissível pelos troicos.  

Independentemente, contudo, do que vier a ocorrer no futuro, é (deveria ter sido) inadmissível que a Caixa pudesse dedicar-se ao financiamento das guerras entre grupos industriais entregando fundos a umas partes que as outras, as que venderam e receberam, muito provavelmente fizeram emigrar para "offshores".
Mas também é muito possível que parte deles tenha retornado sobre a forma de empréstimos externos com que os bancos andaram a aquecer o endividamento do Estado, das empresas e das famílias portuguesas.

Quanto é que do endividamento externo é dinheiro português offshorizado? Alguém sabe?

Entretanto, os culpados da traição (se houver adjectivo mais adequado, emendo logo de seguida) foram principescamente bem pagos e promovidos.

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