Saturday, January 07, 2012

O ABRAÇO DE PUTIN

Há três meses anotei aqui que para lá da crise financeira que nos fustiga e ameaça desmoronar a Zona Euro e a União Europeia, com consequências imprevisíveis para a Europa, para a economia e o sistema financeiro mundiais, há uma ameaça à democracia que, mansamente por agora, se agiganta.

Ontem falámos desta ameaça ao jantar, em casa do Rado (Radoslav) e da Lenka,  um casal checo, estava também Vahan, um arménio, com um doutoramento pela Universidade de Moscovo, onde residiu durante oito anos, e uma pós-doc em Hannover, na Alemanha, antes ter vindo para o EUA.

De manhã, tinha lido aqui uma referência a um trabalho publicado aqui sobre Milada Horácová a heroína da resistência checa aos totalitarismos nazi e comunista, e enforcada por este, e às cartas por ela enviadas à sogra, à filha e ao marido, documentos angustiantes para quem os lê, passado mais de meio século. Lenka conheceu Jana, a filha de Milada Horácová, na Universidade de Pittsburg, e o marido, actualmente a residirem em Bethesda, NM, e contou-nos algumas das quase insuperáveis dificuldades e os engenhos utilizados naqueles  tempos de terror para saltarem clandestinamente a fronteira.

Correlacionei esta leitura com três artigos publicados no Financial Times nos últimos dias acerca da ameaça que paira sobre a democracia na Hungria, um membro da União Europeia, a braços com uma crise financeira. Os actuais dirigentes políticos, eleitos segundo regras que eles consideraram legítimas mas que querem subverter para garantirem o domínio que, as mesmas regras, lhe podem negar, afastam-se do processo democrático legítimo para imporem aos húngaros  o arremedo democrático confeccionado por Putin.  

Tal como outros países da ex-órbitra soviética que transitaram de uma ditadura comunista para pseudo-democracias de quase partido único (Vahan, o convidado arménio, relatou-nos que o seu país é agora  dominado por sete famílias e totalmente dependente da Rússia) a Hungria perfila-se para se juntar a uma federação de oligarquias sustentadas por processos mafiosos. A Grécia, sim a Grécia, pode ser o próximo convidado a aceitar o convite.

Ingram Pinn illlustration
c/p Financial Times

4 comments:

good churrasco ó auto de café.... said...

1º os checos são uns pedantes do caraças e as gaijas são um nã me toques

2ºOligarquias no poder em Portugal e na Checa república também podia pôr aí umas quantas

3ºDesde o Nagorno-karabach que uns centos de famílias ligadas aos altos funcionalismos ex-soviéticos e ao exército e polícia dominam a Arménia o Azerbaijão e tantas outras repúblicas

como de resto a Roménia e a Bulgária que tal como a Grécia e a Itália são muito piores nesse aspecto que os húngaros e os portugas

olha pá o grupo CS meteu uns centos de portugueses e ucranianos
na rua...

isso de oligarquias dominantes quem as não tem

as nossas têm até um patriarca
no campo grande

já não há Tenreiro há Tenreiro's
democratizou-se o acesso ao Phoder

E todos para gente muito democrata said...

Em 1991-93 para meter uma data de sucata tecnológica em Pilsen e Brno
foram 135 milhões de coroas em envelopezinhos e malinhas da gucci e coiso e tal

a 5$ a coroa checa é só fazer as contas...

Cicciolinas há muitas mê palerma said...

Os Húngaros pelo menos não se põem com ares democratas assumem que são cicciolinas

Anonymous said...

"as nossas têm até um patriarca
no campo grande


?