Saturday, December 10, 2011

OBSCURANTISMO FINANCEIRO

O mostrengo continua a mexer e a crescer. A troica tinha imposto que fosse vendido ou liquidado até Julho.
Não foi.
Ontem, foi divulgado um comunicado das Finanças, e ficámos a saber que  o BIC, presidido por Mira Amaral assinou acordo para comprar o BPN ao Estado (aqui), e já entregou ao Estado um cheque de 10 milhões de euros, equivalente a 25% do valor da transacção. Este valor poderá ser superior se os lucros arrecadados pelo banco forem superiores a 60 milhões nos próximos 5 anos.

O mostrengo, que até agora agravou o défice do Estado em 2 mil milhões de euros promete multiplicar a parada uma vez que o governo, em nome do Estado (leia-se, em nome dos contribuintes), se compromete a suportar os custos do despedimento de 850 trabalhadores dos actuais 1580, além dos custos com encerramento de balcões. A marca do mostrengo será, naturalmente, extinta.

Uma dúvida, óbvia, que ninguém esclarece: Que vantagem tem a venda por tuta-e-meia, que implica ónus futuros para os contribuintes, sobre a liquidação que encerraria um dos lados de  um escândalo que deveria ter levado os seus autores e beneficiários a pagar o preço total dos seus actos?  

Os contribuintes portugueses não têm direito a saber?
Os contribuintes portugueses só têm obrigação de pagar?

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