Wednesday, December 28, 2011

NAPOLEÃO E JOSEFINA

Guilherme d'Oliveira Martins: Sair do euro condenaria Portugal "à mediocridade" (aqui)
Michael Spence, Nobel da Economia em 2001 afirma que Portugal ou a Grécia poderão querer sair do euro e a UE deve estar preparada (aqui)
Vítor Bento : Sou contra a saída do euro,  mas devemos discutir esse cenário (aqui)

Amaral é a favor (aqui), Martins é contra, Bento também é contra, Michael Spence pensa (ou calcula?) que a saída é provável e que é preciso prepará-la. Uma pequena amostra dos pró e contra a saída de Portugal da Zona Euro.

São muitos os que alinham de um lado ou do outro mas, até hoje, não é conhecido um trabalho que possa orientar uma discussão pública com alguns fundamentos sólidos. Quando Vítor Bento afirma que "devemos discutir esse cenário" não está, certamente, a pensar na generalidade dos cidadãos deste país cujo futuro estará sempre muito condicionado pela unidade de conta do que recebe e do que paga. A generalidade dos cidadãos, perante as posições públicas de pessoas que, em princípio, são melhor informadas, só pode estar confundida. Quem não estaria?

"Precisamos do projecto do euro, não por razões meramente económicas mas por razões políticas. Caso contrário, estaremos condenados à periferia, à mediocridade e à irrelevância", afirmou Oliveira Martins, ministro das Finanças na altura da introdução das notas e moedas do euro (2002) e actual presidente do Tribunal de Contas.

Em entrevista à agência Lusa, Guilherme d'Oliveira Martins diz que, mesmo tendo em conta a crise financeira que agora afecta o país, valeu a pena para Portugal integrar a Zona Euro. "Julgo que não há dúvidas relativamente a isso. Basta ver os números, a evolução no que se refere a grandes tendências de convergência", diz o antigo ministro das Finanças. "Creio que estes dez anos são para celebrar."  Oliveira Martins prevê que o euro será "duradouro", apesar das dificuldades conjunturais e de uma "tendência que pode ocorrer" no sentido da "progressiva irrelevância" das economias europeias. "O projecto do euro não é irreversível, não há nenhum projecto humano que o seja, mas está para durar", afirma o presidente do Tribunal de Contas. "Costumo perguntar aos meus alunos se o euro é uma moeda forte ou fraca; todos me dizem que é forte. É uma moeda respeitada internacionalmente. Esperemos que seja a base para uma economia mais segura."  Oliveira Martins rejeita igualmente a ideia de que voltar a ter moeda própria poderia ajudar Portugal a superar a crise económica. Os efeitos positivos da desvalorização cambial, argumenta, são muito exagerados pelos seus defensores. "Essa política das desvalorizações, que muitas vezes se invoca como espécie de [saída para a crise], não corresponde de modo algum a uma salvação", afirma. Optar por essa via "seria apenas aceitar a periferia e a irrelevância".

Destaco: Segundo o professor Martins, o euro é uma moeda forte porque os seus alunos assim o dizem; Os efeitos da desvalorização cambial são muito exagerados pelos seus defensores; Julga que não há dúvidas que estes dez anos são para celebrar, concluindo-se daqui que o professor Martins não ouve ou não lê o professor Amaral.

Por que não se convoca um conclave de gente competente mas de opinião diferente, sustentados a pão e laranjas até sair fumo branco? Assim, enquanto baralham o cidadão comum, sangram o País. Não percebem isto?

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