Saturday, September 24, 2011

O NAVIO DOS LOUCOS

Não tenhamos dúvidas, se de tudo isto saír alguma Europa, ela será definitivamente mais forte e consciente da sua identidade.” (aqui)

Aquele se é que lhe defende a tese.
Porque da consciencialização dos obstáculos nem sempre resulta a capacidade para os ultrapassar.

Houve muitos erros e há muitos culpados. Pelos erros pagaremos todos quantos não puderem esquivar-se aos ónus que eles impõem. Quantos aos culpados, se houver processos, prescreverão com o tempo. Os que comeram, comeram e não vão ser obrigados a regurgitar.

Nos que forem chamados a pagar inculcar-se-á um sentimento de revolta que pode desmoronar a Europa.

Os bancos, por ganância, emprestaram mais do que a razoabilidade do risco envolvido consentia. A reestruturação ordenada das dívidas soberanas (a única via possível que se perfila para evitar o desmoronamento do edifício europeu) far-se-á, se chegar a fazer-se, contra a apresentação da factura aos contribuintes.

Mas é uma factura demasiado pesada para ser digerida sem ressentimentos.

Uma união que resultar de uma inevitabilidade transitória será sempre uma união precária e esse, se for o caso, será o pior destino que espera pelos europeus.

Sem um governo federal mínimo a Europa desintegrar-se-á em consequência deste rombo que lhe abriu profundamente o casco e não se safa com baldes para expulsar a inundação que a está a afundar.

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