Thursday, August 04, 2011

CÉU GERALMENTE MUITO NUBLADO

Depois da ansiedade geral gerada pela tensão da incerteza acerca do resultado das votações do limite da dívida no Congresso e no Senado dos EUA, a onda da crise financeira voltou a recrudescer na Europa com a subida insuportável das taxas de juro nos últimos empréstimos contraídos pela Itália e Espanha.

Se um eventual default dos EUA poderia causar estragos incalculáveis a nível mundial, o risco de uma situação semelhante poder ocorrer em Itália (a sétima maior economia do mundo) ou mesmo da Espanha, está a abanar fortemente de novo os alicerces da União Europeia e, particularmente, da Zona Euro. Porque um default de qualquer delas, provocado por esta asfixiante escalada dos juros, teria consequências não menos dramáticas no sistema financeiro e na economia globais do que aquele que ameaçou o mundo a partir dos EUA até anteontem.

Uma enorme diatância, contudo, separa as circunstâncias que condicionaram a ultrapassagem da crise nos EUA daquelas que se impõem aos membros da União Europeia, sobretudo aos membros do euro e, muito particularmente à Alemanha. À proposta de compra de obrigações pelo BCE na reunião de governadores de hoje, opôs-se o governador do Bundesbank.

No caso dos EUA, esteve em causa o equilíbrio financeiro mundial. Da crise na Europa pode resultar o começo do fim da União Europeia ou o começo de uma União Europeia a caminho de uma federação que a torne politicamente suficientemente coesa para não poder ser posta em causa pelas imposições dos mercados financeiros e as notações das agências de rating. Mais do que nunca, a União Europeia encontra-se agora mesmo no meio da encruzilhada.

Entretanto, o ouro e o franco suíço vão continuar a valorizer-se enquanto se mantiver a situação de crise. O franco suíço nunca esteve tão valorizado contra todas as outras moedas desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O pânico começa a rondar o mundo.

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