Wednesday, August 03, 2011

ACERCA DE UM IMPRESCINDÍVEL MAU ACORDO

Senadores e Congressistas norte-americanos acabaram por se entender e votar o aumento do limite défice dos EUA que passará dos actuais 14,3 trilhões dólares (ou 14,3 milhões de milhões) para mais 400 biliões, imediatamente, mais 500 biliões durante o Outono deste ano, e mais 1,2 triliões no início do próximo ano. Paralelamente, o executivo compromete-se a reduzir a despesa durante os próximos dez anos num valor equivalente, pressupondo assim a contenção da dívida aos níveis actuais nos anos iniciais da  próxima década.

Mas ninguém ficou satisfeito: os radicais do Tea Party porque queriam impedir o aumento do limite do défice, os outros conservadores republicanos porque acabaram por ceder mais do que pretendiam, os democratas, porque o acordo impõe fortes limitações à administração Obama, restringe o alcance dos programas sociais, e condiciona fortemente a intervenção do governo federal na animação da economia e na redução do desemprego.  

A dívida pública americana atinigirá em 2012 cerca de 100% do PIB. Nada de muito extraordinário quando comparada com as de alguns outros países (o Japão, por exemplo) mas flagrantemente exorbitante quando comparada com os valores observados nas últimas décadas. No termo da presidência de Clinton (2000) situava-se em 55% do PIB depois de ter atingido um pico de 65%. No fim dos mandatos de George W. Bush (2008) situava-se em 68% do PIB, e subiu acentuadamente a partir daí muito em consequência da crise financeira forjada durante o mandato de G W Bush.

Se Main Street não se regozijou com o acordo nem Wall Street arrebitou, se, por exemplo,  os chineses, que detêm cerca de 1,2 triliões de dólares em reservas, e os britânicos , que têm aplicados 320 biliões em fundos de pensões privados, continuam preocupados com as perspectivas de crescimento dos EUA e com a solidez da sua moeda, o mundo inteiro respirou de alívio com o entendimento de última hora alcançado ontem. 

No gráfico seguinte, publicado hoje no Washington Post, estão resumidos os termos do acordo.
    
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