Wednesday, July 20, 2011

POR QUE É QUE NÃO SE FALA DISTO?

Tenho apontado neste caderno que tão importante quanto exportar é reduzir as importações: qualquer dos dois factores tem idêntica influência na balança de pagamentos, no défice externo, na dívida externa. Há importações que não são susceptíveis de redução, porque suportam proporcionalmente algumas exportações (matérias primas, componentes, etc., que não são produzidas nem  economicamente viável produzir em Portugal). Todas as outras são susceptíveis de serem reduzidas em maior ou menor grau: ou por produção interna ou por redução dos consumos que lhes dão origem.

Se quanto às primeiras (substituição por produção interna) as medidas que os governos (central e local) possam lançar para a promoção desse objectivo não terão nunca, pela sua natureza, efeitos imediatos e garantidos, já quanto às segundas (redução de importações por alteração dos hábitos) dependem de medidas governamentais grande parte dos objectivos possíveis.

E, no entanto, o discurso corrente insiste na necessidade do aumento das exportações e esquece uma necessidade idêntica: a redução as impoortações e, particularmente, aquelas que podem ter resultados quase imediatos.

Os portugueses gastam mais com os combustíveis dos carros do que com a energia em casa, segundo informação do INE conhecida hoje. Os números revelados pelo INE respeitam a 2010 e, devido à crise, sabe-se que aumentou nos últimos tempos o número de utentes dos serviços colectivos de transportes A redução dos consumos de combustíveis, entre outros,  estará a contecer pelas piores razões.
As medidas anunciadas para restringir o estacionamento nos grandes meios urbanos em muitos casos não passa, do anúncio ou de tímidas penalizações aos infractores. O trânsito em Lisboa, por exemplo, continua   caótico, o estacionamento anárquico em muitas zonas da cidade e nas suas entradas.

Foram aumentados os preços de parqueamento mas o vandalismo, frequentemente, incumbe-se de sabotar as medidas tornando as máquinas inoperacionais. Se fosse proibido estacionar em locais sem máquinas operacionais seriam os próprios interessados em estacionar a denunciar os vândalos e não a tirar proveito dos vandalismos. Se o tempo de estacionamento fosse limitado a um máximo de duas horas nos centros das cidades desabituar-se-iam os adeptos do porta a porta de fazer da rua o seu parque de estacionamento.

Por exemplo.

1 comment:

Anonymous said...

Portugueses já gastam mais energia com os carros do que com a casa.

Resolve-se fácilmente:
Aumenta-se a energia de casa e fica outra vez tudo como dantes.
E o Sr. Mechia passa logo a ser um gestor ainda com mais categoria.
Se voltar a desiquilibrar faz-se outra vez.