Wednesday, June 29, 2011

O BRANCO DE PORTUGAL

Só não via quem não queria ver. O Banco de Portugal não quis ver. Os da troica, mal chegaram, estranharam: como é que podia um sistema financeiro mergulhado numa crise de crescimento e num endividamento brutal apresentar índices de crédito mal parado tão baixos? O enigma do rabo de fora do gato escondido resolve-se sempre puxando pelo rabo. O Banco de Portugal, viu o rabo, olhou para o lado, e assobiou para o ar. O caso é contado aqui. Nada a que não estejamos já habituados: O BCP, o BPP, o BPN, entre outros, são exemplares do adormecimento a que se dedicaram os responsáveis pelo Banco de Portugal no tempo em que, o entretanto promovido a vice do BCE, com responsabilidades de supervisão, nunca se deram ao trabalho de puxar com convicção pelos ostensivos rabos dos evidentes  gatos escondidos.

Agora, que o caldo se entornou, os contribuintes que paguem a indolência do agora vice e companhia.
O BPN, classificado caso de polícia, continua nos cuidados rame rame da justiça. Entretanto, uma primeira factura de mais de dois mil milhões de euros já está  a pagamento dos inocentes porque os culpados serão dispensados juridicamente por prescrição de prazos processuais; os outros, os que por laxismo ou conivência permitiram o roubo, nem sequer serão ouvidos pela justiça.

Os outros, para além do Banco de Portugal, são também os outros bancos, a CGD à cabeça, por especiais responsabilidades enquanto banco do estado. A eles deveria ser apresentada a factura. Porque foi por eles, pelo risco sistémico do sistema (razão invocada) que foi feita a nacionalização do logro chamado BPN. A decisão mais justa e consequente seria entregar-lhes, para distribuição equitativa entre eles, o buraco que viram abrir-se e fizeram vista grossa. Incluindo o presidente da Associação Prtuguesa de Bancos, de então.

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