Sunday, May 15, 2011

TANTO RUÍDO POR POUCO - 3*

A discussão da redução da TSU em 4 pp, na proposta do PSD**, mas que o PS (i.e., Sócrates) diz ser assunto a estudar e para andar devagar, tem-se polarizado à volta da origem das receitas necessárias para compensar a redução das contribuições patronais para a segurança social, de 23,75% para 19,75%, se a proposta do PSD for avante. A discussão dos efeitos na competitividade de tal redução tem passado ao lado da generalidade dos media  e dos representantes partidários.

Umas contas simples disseram-me que o efeito de uma redução da TSU, da ordem dos 4 pp terá um efeito muito pouco significativo no aumento da competitividade das exportações portuguesas, sobretudo se não se reduzirem os outros custos de produção, nomeadamente os custos energéticos.

O PSD tem invocado o compromisso assumido no memorando subscrito com a troica, defendendo o PS (i.e., Sócrates) que o memorando não concretiza metas, que o assunto foi remetido para estudo.

Ora o que parece estar subjacente a este compromisso vai muito para além da redução da TSU em 4 pp, apontando Poul Thomsen, o dinamarquês que representou o FMI na troica, para uma redução das contribuições para a segurança social entre 3-4%* do PIB!, conforme pode constatar-se na entrevista que transcrevi atrás e que vi referida num apontamento de Vitor Bento aqui.

Afinal em que ficamos?

---
* Apontamento colocado inicialmente no dia 12 de Maio e corrigido hoje: Na entrevista a Poul Thomnsen, o dinamarquês refere 3-4% e não 4-5% como, erradamente, tinha escrito.
No mesmo sentido, em entrevista do Expresso/Economia, de ontem, Francesco Franco, professor da Universidade Nova de Lisboa, afirma: "Deveria começar a pensar-se em reduzir as receitas para a Segurança Social dos actuais 8,5% do PIB para 3 ou 4%.
** Esta redução lembra-me a redução de 1 pp no IVA feita pelo actual Governo. Sumiu-se sem efeitos para além, geralmente, de maior margem para os intermediários. Não representa mais que 3,23% nos custos de trabalho e, em média, menos de metadde nos custos totais.

1 comment:

Unknown said...

Creio que, no nosso país, em boa verdade, nem a democracia nem os
democratas, em geral, se "passaram" de vez - Cavaco foi reeleito,portanto, "vitória" para a democracia (centro- direita), Sócrates esteve quase por um triz para não o ser, em 2009, mas o PSD "deu uma mãozinha" e, embora, demitido, Sócrates lá continua, até ao próximo dia 05/06, perspectivando-se a sua continuidade e uma nova vitória para a democracia ( centro- esquerda) por muito que doa a Louçã e Jerónimo,cidadãos por quem tenho grande estima democrática, mas em quem não confiaria, para já, a governação. Não que esta seja um "bicho de sete cabeças", mas lá que é um "puzzle" complicado isso é. Que o diga o PSD! Se fosse assim tão fácil, o PSD estaria agora, mesmo antes do dia 05/06,com a perspectiva de uma saborosa e substancial maioria absoluta. Lamentavelmente, a nossa democracia, "arrancada" ao antigo regime por militares descontentes, mas democratas e corajosos, apoiada por uma população que haveria de perder progressivamente o medo e a subserviência, continua a "enfermar" de uns tantos profetas da desgraça e do pessimismo, "viúvos" de Salazar e Caetano e outros que não "engolem"
facilmente a profunda erosão da intelectualidade clássica oca e vazia. Pode dizer-se que, decorridos 37 anos, Portugal, não tendo ainda "descoberto" o rumo adequado para o seu equilibrio financeiro público e para o desenvolvimento e crescimento económico e social desejáveis,
atingiu a "idade adulta" democrática, a sua maior "aquisição", até hoje.