Monday, May 30, 2011

PRECISAM OS PROFESSORES DE EXPLICADOR?

Descida da taxa social única só tem "efeito simbólico", afirma Pereira da Silva, professor no ISEG e perito em Segurança Social.

Apontei isso mesmo aqui no Aliás há cerca de três semanas atrás. E voltei a reafirmá-lo em três outros apontamentos sobre o assunto.

O que me leva a voltar ao tema que, apesar de estafado antes de entrar em serviço, promete suscitar ainda muita polémica à sua volta depois de assentar, se chegar a assentar, a poeirada levantada pelas eleições, não é afirmação de Pereira da Silva mas a resposta que ele deu à pergunta: Vê no memorando medidas que resolvam esse problema (do crescimento económico)? Resposta de Pereira da Silva: A única medida que pode ir eventualmente nesse sentido é a redução da TSU.

Ou Pereira da Silva não disse aquilo ou Pereira da Silva está baralhado: Afinal em que ficamos: a TSU tem apenas valor simbólico ou é a única medida para ir eventualmente no sentido do crescimento económico?

Aliás, a entrevista do Público a Pereira da Silva termina de modo deprimente. "...Eu estou preparado para passar fome (silêncio) Se eu perder os meus rendimentos do trabalho ou a pensão, ou os depósitos que eu possa ter gerado numa poupança, vou viver de quê?..." 

É, no mínimo, espantoso que um professor prestigiado da mais antiga escola de economia do país perante uma questão nuclear fique bloqueado e não dê uma para a caixa*. Se as medidas do memorando são insuficientes para lhe arredar o espectro da fome, que outras medidas propõe Pereira da Silva para arredar o agoiro? Nenhumas. 
Na pior das hipóteses, a saída do euro dentro de quatro anos.  
Mas o que é mais insólito, para não lhe chamar outra coisa, no meio de tudo isto, é que Pereira da Silva não está isolado neste bloqueio e nesta angústia. 

Que nos podem ensinar estes professores? Que se hiberne à espera que a crise passe?

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* Por falar em Caixa, volto a uma questão recorrente: Para que queremos uma Caixa Geral de Depósitos se ela não se distingue dos outros bancos e segue preguiçosamente o rebanho? Por que não financia a CGD as exportações a juros reduzidos e as importações a juros elevados?
E, por falar em caixas, por que não realiza a RTP programas que informem em vez de programas que alienam? Porquê o "Preço Certo" e não a "Escolha Certa", aquela que promove o consumo da produção nacional? ´
É assim tão difícil?
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Act - Ouço na Sic notícias Pedro Ferraz da Costa, do Fórum para a Competitividade, defender a redução da TSU para 3,75%, o que significa a descida de 20 pp, e a adopção de uma taxa única de IVA (com raras excepções) de 25%, como na Dinamarca. Apenas uma redução substancial da TSU poderá ter impacto na competitividade da economia portuguesa.

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