Thursday, November 04, 2010

SETE POR CENTO À VISTA

Juros da dívida pública portuguesa atingiram hoje novo recorde: 6,655%

Quando, há uns dias atrás, o ministro das finanças afirmou que o recurso ao pedido de ajuda externa (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira - FEEF/FMI) se tornaria inevitável se as taxas de juro atingissem 7%, não estaria (ou estaria?) à espera que aquele patamar fosse atingido depois da tomada de medidas que prometem baixar o défice para 4,6% em 2011 e conter o crescimento da dívida.

Entretanto, as circunstâncias alteraram-se e, por tabela, o País vê-se confrontado com uma espiral de crescimento dos juros que ameaça atingir a barreira crítica definida por Teixeira dos Santos. Apesar da ameaça de proximidade aos tormentosos sete por cento, ouvi na rádio, no princípio da tarde hoje o PM garantir que Portugal não vai recorrer ao apoio do FEEF.

Mas vai.

Quando, a 28 de Setembro, os juros da dívida pública portuguesa atingiram os 6,5% (vd aqui ) Delors e Prodi concordaram com uma recomendação publicada no Financial Times de que também Portugal deveria recorrer ao FEEF. É de supor que, por maioria de razão, a recomendação, agora, se mantenha e reforçada.

Tanto mais que, apesar da aprovação do OE 2011 na generalidade, a situação política não é de molde a dar garantias aos investidores de que o Governo minoritário consiga cumprir os objectivos do OE. As garantias do PM são para eles irrelevantes.

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