Tuesday, October 19, 2010

UMA QUESTÃO DE LENÇOL

Governo reforça em 226 milhões verbas para cobrir buraco do sistema de pensões do estado

De repente, estava o País distraído com o nevoeiro, o nevoeiro começa a dissipar-se e os buracos a aparecer por todo o lado onde nos voltamos. Mas era impossível que não fosse assim.

A certa altura, lembraram-se que o quadro precisava de ser renovado e determinaram que, por cada reformado, entrava um jovem. Ao mesmo tempo que faziam convergir as condições de reforma para o sistema geral de segurança social, objectivo que ainda está longe de ser atingido, deixavam que os pedidos de reforma antecipada fossem atendidos sem restrições. Resultado: Por cada três que se reformaram o Estado passou a ter o encargo de quatro. No caso dos médicos, alguns reformados foram convidados a continuar porque não havia médicos jovens para substituir os retirados. 

Antes, já o governo (este e os anteriores) tinham colaborado com a política de reformas antecipadas praticadas em muitas empresas (sobretudo as maiores) na redução ou  refrescamento do efectivo aceitando declarações de desemprego acordadas entre a empresa e o trabalhador, geralmente acompanhadas de acordos de indemnização por despedimento.

Podia ter sido de outro modo?
Podia. A teoria do lençol, no entanto, explica que, se ele não é extensível, se o puxamos de um lado ele faltará no outro.
E há muito que se sabe que o lençol não tem aumentado de tamanho. 
A economia tem mais semelhanças com a física do que parece.

No comments: