Thursday, September 02, 2010

SEPARAÇÃO DE RISCOS

"Too big to fail is one of the biggest problems we face in this country", afirmava Bernanke à revista Time no princípio deste ano. A Time tinha-o considerado no fim do ano passado personalidade do ano, tendo-lhe dedicado a primeira página, como é da tradição.

Volvidos oito meses, Bernanke volta a afirmar de novo: O problema dos bancos "demasido grandes para falirem" tem de ser resolvido, e que a grande lição do “caos” registado nos mercados financeiros em 2008 deverá ser resolver urgentemente o problema das instituições financeiras demasiado grandes para falirem.

Esta evidência tem sido referida vezes sem conta: Se os grandes bancos são demasiado grandes para falirem, das duas uma: Ou se restringe o crescimento dos bancos para além de certa escala, uma alternativa que não parece avisada porque não há desenvolvimento possível se o crescimento estiver legalmente coartado; ou o Estado garante apenas os depósitos feitos em bancos subordinados a regras que reduzam drasticamente os riscos das suas operações para os depositantes, envolvam em maior amplitude as responsabilidades dos accionistas e dos gestores a médio e longo prazos,  estejam sujeitos à intervenção permanente de órgãos fiscalizadores do Estado. É o regresso ao espírito de Glass-Steagall Act.

Bernanke, melhor que ninguém, sabe que terá de proseguir mais ou menos por aí. O problema dele é consentirem-lhe que o faça. 

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