Thursday, June 03, 2010

SHORT SELLING - 2

A TT International, uma gestora de fundos de investimento, volta a apostar na queda das acções do BCP. (vd. aqui). 
Vendeu mais de 11 milhões de títulos do banco a descoberto, tendo sido por isso obrigada a comunicar à CMVM.
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Entretanto, a CMVM (vd. aqui) colocou hoje em consulta pública um novo regulamento que aumenta os deveres de transparência sobre as operações de "short selling". O regulador passará a ter de ser informado sempre que a posição curta exceder 0,2% do capital.
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Continua, portanto, o jogo de casino (ou será de corridas de cavalos?) nas redes das bolsas, impantes e impunes. 
Reconheça-se, contudo, que comparar estes jogos financeiros com os jogos de azar dos casinos e dos hipódromos pode ser insultuoso para os segundos. Com efeito, quem aposta nos casinos são os detentores dos valores que joga e o nível de confiança na fiabilidade das máquinas ou na probidade dos croupiers é elevada. Quem aposta nos cavalos não belisca minimamente a raça dos equídeos nem o moral dos jockeys.
Nas apostas financeiras (short selling, entre outras) os apostadores jogam com o dinheiro de quem, muitas vezes, não sabe sequer a quem acabou por o confiar.
E, contrariamente, aos cavalos nos hipódromos, os activos em jogo nas bolsas podem ser, e frequentemente são, profundamente arrombados.
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Acabem-se com eles? Não diria tanto. Proibir nunca é a melhor solução.
Regulamente-se? Não resulta. Para cada regra o sistema inventa uma contra regra.
Taxem-se.
Mas taxem-se de forma mais agravada que a roleta, as slot machines, as apostas nos cavalos ou quaisquer outros jogos de fortune e azar. E, mais importante ainda, separem-se as redes destas apostas financeiras das bolsas de investimentos. 
Para que cada um saiba inequívocamente ao que vai. Sem redes de protecção ao risco (i)moral. 

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