Sunday, March 07, 2010

NÃO

Educational Outcomes, something to worry?

"in order to improve the productivity of the Portuguese labor force, should we start by improving educational outcomes?"
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Não.

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Em entrevista concedida ao Expresso do passado fim-de-semana, António Barreto considerava que são tretas as afirmações que que colocam a educação como o factor mais determinante do crescimento da produtividade e do crescimento económico.
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Concordo com ele e há muito tempo que tinha anotado uma ideia semelhante no meu caderno de apontamentos. Na realidade, de um conjunto com um nível de educação médio superior ao de outro conjunto, não resulta, necessariamente, maior produtividade global do primeiro.
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Aliás, as elevadas taxas de desemprego de licenciados em Portugal denota isso mesmo: o crescimento das capacidades disponíveis não suscita só por si o crescimento da sua utilização. A oferta não determina a procura. A educação é muito importante mas não necessariamente determinante do crescimento da produtividade, e, particularmente, do seu incremento imediato.
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"The difference in economic success, (...) is not a matter of nature, intellect, or genetics. The problem - and the solution - lies in public policies...

...A high education level is no guarantee of high productivity. The truth of the matter is that regardless of institutional education level, workers around the world can be adequately trained on the job for high productivity.

...Us workers achive the highest productivity in the world in most economic sectors. Whatever weakness exists in the U.S. education system, it is being made up for by on-the-job training.

...If illeterate Mexican immigrants can reach world-class productivity building apartment houses in Houston, there is no reason why illiterate Brazilian agicultural workers cannot achieve the same in São Paulo.

...Education is important (...)but it´s not important for immediate productivity inscreases."

William W. Lewis - The Power of Productivity (2004)

2 comments:

Miguel Madeira said...

"as elevadas taxas de desemprego de licenciados em Portugal denota isso mesmo"

Mas há algumas elevadas taxas de desemprego de licenciados em Portugal?

É verdade que há uma relativamente elevada taxa de desemprego em Portugal em termos gerais, mas a taxa de desemprego entre os licenciados é inferior à taxa geral (e penso que, para o assunto em questão, é isso que interessa, a diferença entre o desemprego dos licenciados e o desemprego geral, não o desemprego dos licenciados em valor absoluto).

rui fonseca said...

"para o assunto em questão, é isso que interessa, a diferença entre o desemprego dos licenciados e o desemprego geral, não o desemprego dos licenciados em valor absoluto"

Segundo os valores recolhidos no site da Pordata (http://www.pordata.pt/azap_runtime/?n=4), o desemprego no fim de 2009 era o seguinte por nível de escolaridade completo:

- sem escolaridade completa - taxa de desemprego 6,8%
- ensino básico - 10,3%
- secundário e após secundário - 9,6%
- superior - 6,4%

É notável a inexistência estatística de ensino médio em Portugal.

A taxa de desemprego de licenciados de 6,4% (ao nível dos que não têm escolaridade completa alguma) encobre, no entanto, muitas situações de emprego subqualificado e acções de formação expectante.

De qualquer modo a conclusão persiste: Não é, principalmente, por falta de qualificações que a produtividade não cresce em Portugal