Segundo o Jornal de Negócio on line de hoje, Ferreira Leite e Marques Mendes defendem Alípio Dias, aceitaram incluir-se na lista de individualidades políticas que aceitaram testemunhar a favor dos antigos administradores do Banco Comercial Português que são acusados pelo Banco de Portugal (BdP) onde figuram também os nomes de dois antigos presidentes da República.
Os dois social-democratas vão dar a cara por Alípio Dias, o antigo gestor do BCP que, há vários meses, alega nunca ter tido conhecimento da maior parte das sociedades "offshore" que estiveram por trás das acusações dos supervisores. Segundo o BdP e a CMVM, o banco financiou vários veículos para comprar acções próprias do BCP não reportadas como tal, o que significa prestação de informação falsa ao mercado, designadamente no que se refere aos capitais próprios.
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O que podem testemunhar tantas individualidades numa causa destas? Que conhecem os arguidos e os consideram pessoas de bem. O que não retira nenhuma carga da responsabilidade que eles tiveram no cometimento de ilícitos, de que foram agentes, coniventes ou, simplesmente ausentes quando as funções que desempenhavam os obrigavam a estar presentes.
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A justiça impopular não deixará de tomar em consideração os depoimentos abonatórios das individualidades que se disponibilizam agora para safar os amigos nesta ocasião de aperto; a justiça popular, mais célere, já os julgou.
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E não julgará pior sendo, como é, imune a fraternidades e compadrios.
1 comment:
Caro Rui:
Pelos vistos, quem já julgou também foi o meu amigo.
Em Tribunal, alguém terá que imputar a culpa individual. E provar.Até lá, a pessoa é inocente.
Infelizmente, em Portugal, por mau funcionamento da justiça e ânsia de mediatismo de muita gente, incluindo altas instituições, um cidadão fica logo com o ónus da culpa e é invertido o ónus da prova. Em vez de alguém ter que provar que é culpado, é o próprio que tem que provar que é inocente.
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