Saturday, January 10, 2009

OUTRO

Não há dia sem notícias de desastres. O que garante tanta perenidade de matéria prima aos media como o nascer do Sol de vida aos seres vivos. As fraudes financeiras passaram, subitamente, a fazer parte desse fluir permanente de escândalos que entusiasmam o público. Curiosamente, esta atracção pelo devir permanente da má notícia se torna as massas insensíveis, pela banalização, incrementa-lhes a curiosidade pela diversidade, tornando a não notícia, notícia. Hoje, a bronca financeira envolve o Banco Popular.
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O que, contrariamente ao que afirma o DN, não é o terceiro banco sob investigação judicial em Portugal mas o sexto ou sétimo, se a "operação fucarão" ainda mexe, e se os ex-administradores do BCP não foram já ilibados pela montagem de operações escondidas ao Banco de Portugal, entre outras engenharias perversas.
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O que há de novo na notícia do DN é o facto de se tratar de um banco estrangeiro a operar em Portugal. Evidentemente, em termos legais, até ao julgamento, se lá chegar, e ao trânsito em julgado, qualquer entidade sob investigação é presumida inocente. Já em termos de confiança, que é a base em que assenta o sistema financeiro em qualquer parte, as consequências são diferentes, e a divulgação mitigada destes casos só pode deteriorar ainda mais os já demasiado corrompidos elos de confiança entre os agentes económicos.
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Se a polícia não pode investigar instantâneamente os indícios e a justiça não pode julgar oportunamente os arguidos, seria preferível que estas notícias não transpirassem mas dessem inteira conta pública do que e quem está sob investigação e as razões e valores envolvidos lado a lado com as declarações dos atingidos. Evitavam-se especulações que só podem abalar ainda mais o sistema em forte desequilíbrio.
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Sendo assim, o Banco Popular é a terceira instituição de crédito a operar em Portugal que está debaixo de uma investigação judicial. Juntando-se ao Banco Privado Português (BPP) e ao Banco Português de Negócios (BPN).
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