Sunday, December 14, 2008

COMBATE À CRISE - 3

foto via O Jumento

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Obama estabeleceu um plano para reanimar a economia norte-americana voltado para a reparação de estradas, autoestradas e pontes, que considera ser o maior desde que foi criada a rede de autoestradas na década de 50. (vd. post anterior: Stimulus Package To First Pay for Routine Repairs)

Até agora, não li aqui em parte alguma contestação a este plano com base no facto de, eventualmente, se dirigir mais à empregabilidade de mão-de-obra indiferenciada, nomeadamente imigrante sul-americana, do que aos norte-americanos dispensados pelas companhias financeiras em crise, por exemplo.
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O argumento de MFLeite de que o programa das obras públicas proposto pelo governo português servirá sobretudo para ocupar mão-de-obra imigrante decorre, neste ponto, de uma perspectiva completamente oposta daquela em que se situa Obama.
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Em Portugal, onde a obra nova enche mais o olho do eleitor e a conta dos empreiteiros, há muito que tem sido dada prioridade às autoestradas do que às estradas secundárias, à habitação nova do que à recuperação da degradada, ao crescimento das periferias do que à revitalização dos centros antigos. Olha-se à nossa volta e, se temos a preocupação de reparar, concluímos que há um Portugal imenso a refazer. Esperamos que sejam os imigrantes a fazê-lo? Todos, ou a maioria dos portugueses desempregados têm execesso de habilitações para essa ocupação primordial de reconstruir o país?
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È, provavelmente, complicado inverter a política de apoio ao desemprego numa política de apoio ao emprego, reencaminhando grande parte dos fundos da segurança social para a produção de riqueza e redução da inactividade que, frequentemente, gera maus vícios. Mas o facto de ser complicado não deve justificar que não se prossiga.
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MFLeite deveria ter pensado nisto.

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