Monday, December 15, 2008

ATAQUEM-SE OS BANCOS

Pois é, para quem ainda não sabia a solução da crise passa pelo seu ataque nos bancos.
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Luis Campos e Cunha escreveu para o Público de sexta-feira um artigo (Moeda em tempos de crise) do qual foi, sobretudo, ressaltada a comparação entre as sapatarias na antiga URSS onde os sapatos eram baratos mas não havia sapatos com a situação actual de crédito barato que não há. A comparação, obviamente, só funciona como anedota porque o preço do crédito não está fixado administrativamente. A prová-lo estão os valores dos spreads que ultrapassam por vezes os valores das taxas de base.
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Será que este movimento de baixas das taxas de juro pode evitar a forte recessão? É quase certo que não, pergunta e responde LCC.
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Um outro efeito que geralmente se obtém num corte de taxas é a depreciação da moeda...mas quando todos os bancos centrais estão a baixar as taxas, o impacto nos câmbios anula-se, afirma LCC.
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Com o corte das taxas de juro dos bancos centrais ( e baixando os juros no mercado) procura-se estimular o investimento... Quanto ao investimento na habitação, o mercado imobiliário é dominado plas expectativas pelo que é sempre mais vantajoso esperar algum tempo pra comprar mais barato; Quanto ao investimento empresarial, este é pouco sensível às taxas de juro...a queda das taxas de juro nenhum efeito terá no investimento empresarial e por muito tempo, conclui LCC.
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Por último, os bancos continuam com escassez de liquidez... Por tudo isto não podemos esperar grandes efeitos de política monetária tomadas por todos os bancos centrais...em depressão e deflação, a política monetária não existe e os problemas económicos são brutais e difíceis de combater..., relembra LCC.
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Alguns políticos (cá e lá fora) rebentam de contentes, pois pensam que a política orçamental é a solução. Simplesmente também não é verdade,...desanima-nos LCC,... O Japão começou exactamente com a política orçamental nos primeiros dez anos de depressão e o resultado foi um desastre ainda maior...Só quando atacou o problema onde ele estava - os bancos - conseguiu algum resultado real e ainda hoje muito frágil.
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Como é que se ataca o problema nos bancos? Esperemos que LCC nos diga em próximo artigo.

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