Sunday, December 21, 2008

ANEDOTAS

O presidente do conselho de administração do Banif, Horário Roque, rejeitou hoje as críticas de que a banca está impedir o crédito às empresas, classificando de "anedótico" o ministro das Finanças ameaçar com o corte de avales.


O Ministro das Finanças cometeu um lapsus liguae ao ameaçar os bancos de lhe retirar as garantias se os financiamentos conseguidos com o avales de Estado não se encaminhassem para o apoio à economia real e, nomeadamente, das PME´s.
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Obviamente, nenhuma garantia concedida pode ser retirada, a menos que o beneficiário o consinta, o que seria uma hipótese bizarra. Por outro lado, não pode o governo arrogar-se o direito de dar directivas a bancos privados, condicionando a política de risco de crédito que é prerrogativa inalianável de cada um.
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Mas pode o governo, na defesa dos interesses colectivos que lhe compete prosseguir, condicionar a concessão de garantias a empréstimos tomados por entidades privadas à prossecução de políticas coordenadas entre os órgãos do Estado e as empresas privadas que permitam reanimar a economia e salvaguardar os interesses globais.
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Não pode, portanto, o governo retirar garantias mas pode não concedê-las ou não renová-las se for esse o interesse geral.
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É, consequentemente, arrogante e nada cívica a posição do senhor Roque ao classificar de anedótica a menos correcta expressão do ministro, e muito anedótico o seu melindre de virgem ofendida ao querer alijar da banca as responsabilidades, muitas delas criminosas, na germinação e propagação da crise.
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Se não foi a banca, quem foi sr. Roque? A amiga?

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