Monday, November 24, 2008

QUARTA REPÚBLICA

O verdadeiro problema, suspeito, é precisamente o problema das quotas.
Porque qualquer sistema será considerado bom pelos professores desde que não haja restrições ao número dos que podem ser considerados excelentes ou bons. E serão, se não houver quotas, quase todos. Aliás, como até agora. Daí que metade já esteja colocada no topo da carreira.
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Evidentemente que, para além das quotas para professores, deveria haver uma avaliação das escolas subordinada a quotas segundo uma distribuição normal.Tal avaliação, do meu ponto de vista, deveria atender a um conjunto de circunstâncias relevantes (sucesso escolar, ambiente social da escola, evolução nos últimos anos, etc.) e ser realizada por uma comissão mista de inspectores e representantes das escolas, sorteados anualmente.
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Porque o modelo do ministério poderia evoluir para um consenso se houvesse da parte dos sindicatos interesse nisso. Aos sindicatos, contudo, não nos iludamos, interessa a confrontação, porque essa é a receita mais eficaz para os seus dirigentes se perdurarem no cargo.
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Entretanto, os sindicatos da administração pública, os únicos que mobilizam porque o desemprego não atormenta os funcionários públicos, andam de braço dado com os comunistas nesta tarefa, que os alimenta, de tentarem abalar todas as tentativas de reforma.
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Dizendo isto, não digo que considere que todas as propostas na área da saúde, da educação, da justiça, etc. são boas. Como apartidário, o que me indigna é a falta de capacidade ou o excesso de umbiguismo, para concertar estratégias de reforma. Evidentemente que se passamos a vida a puxar cada um a brasa à sua sardinha nunca mais teremos o peixe assado.
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Foram atitudes destas que levaram a Primeira República ao fundo.
Precisamos de uma Quarta República? Talvez.
Mas repudio com todas as minhas forças que isso tenha de acontecer após seis meses de ditadura.
Sem ironia.

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