Monday, August 11, 2008

O MURO DAS ANGÚSTIAS

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Como?
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As correntes de opinião que atravessam a sociedade portuguesa são, de forma endémica, manifestamente influenciadas pelo optimismo frequentemente postiço dos empoleirados no poder e pela amargura ansiosa dos que esperam a sua vez na roda da alternância.

Para além daqueles, há sociedade civil, um designativo abstruso porque suporia que é militar a outra, a dos políticos. Já foi, espera-se que não volte.
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De qualquer modo, a sociedade, dita civil, bebe muito daqueles que, por razões diversas, fazem uma coisa que a maior parte das pessoas julga ter: opinião.

Os líderes de opinião não comprometidos partidariamente encontram-se geralmente nas ondas pessimistas mesmo quando os ventos são de feição, a satisfação não é um estado próprio de um espírito clarividente e inquieto. Se há borrasca, as angústias bloqueiam as saídas.

É o que se passa neste momento. Só um completo destituído mental ou a viver em redoma, se não for partidário do incumbente, pode continuar a afirmar que a maré não está negra. Está negríssima.

Toda a gente o diz, e os líderes de opinião também.

O que ninguém diz é como nos safamos desta.

Não é com lamentações que se ultrapassa ou contorna o muro das angústias.

Ideias, precisam-se. E gente que seja capaz de as fazer funcionar, sobretudo.

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