Wednesday, July 16, 2008

FOGO DE ARTIFÍCIO

Caro Miguel Frasquilho ,
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Ainda que o meu curto comentário ao seu anterior post * não tenha merecido da sua parte qualquer resposta, aceito mais uma vez o convite de comentar este seu outro artigo.
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Que não diz nada, no essencial, que MF não tivesse dito e redito anteriormente: a superação das nossas dificuldades só pode ser atingida se for reduzida a carga fiscal, adoptando-se, portanto, uma política anti-cíclica "como manda a Teoria Económica"; e acrescenta que a consolidação das contas públicas deve fazer-se do lado da despesa e não da receita.
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Sem dificuldade, e sem nos embrenharmos na Teoria Económica (há várias, como bem sabe), concordo consigo a cem por cento.Vamos então à despesa pública: Onde é que MF, se mandasse nas contas, mandava cortar?Porque é aí que está o busílis da questão.
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MF reclama aquilo que muitos reclamam: Que se reduza a despesa em termos nominais. Reduzir em termos relativos não chega, e os argumentos invocados são conhecidos. Também não vou por aí, ainda que pudesse contestar alguns.
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Por onde gostaria que MF me acompanhasse era na discussão das políticas que devem ser adoptadas de redução da despesa pública. Simplesmente isso. Mas, simplesmente, MF não está interessado. A luta política em Portugal faz-se por emboscadas. Mais tarde ou mais cedo o "inimigo" há-de passar por onde convém a quem está à espera que ele passe. Até lá há fogo de artifício.
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* Sobre a afirmação de MF "Mais uma vez o refiro: as nossas dificuldades são estruturais, continuam por resolver e residem na falta de competitividade e atractividade da nossa economia", comentei, perguntando: "O que propõe?".

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