Tuesday, May 13, 2008

E SE, DE REPENTE, ACABASSE A DROGA?




Esta é já uma questão recorrente aqui no Aliás. Ando à procura de uma resposta que, até hoje, não encontrei nem vi respondida em parte alguma. Volto ao assunto na sequência de um comentário que fiz a uma indignação relacionada com um dos conteúdos do site do Instituto da Droga e da Toxicodependência : Lê-se, e não se acredita:
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(...) O Instituto da Droga e da Toxicodependência visa lutar contra a droga (...) publicou um “dicionário do calão” para jovens a partir dos 11 anos, em que a droga é apresentada em termos entusiásticos, como “cativante e vaporosa” ou como de sedução e atracção irresistíveis e são descritos processos de a obter “pedrinha branca, pronta a snifar”. Ao mesmo tempo, qualquer não consumidor é definido como “conservador, desprezível e desinteressante”.Exemplos, apenas, entre muitos, mas suficientes para evidenciar como, objectivamente, algumas Instituições oficiais fazem a propaganda do que dizem combater.Os senhores da droga agradecem comovidamente tal fervor combatente!... "
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Comentei:
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Há muito tempo que coloquei a mim próprio esta questão: porque razão está tão facilitado o comércio da droga?
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Dito de outro modo, parece-me (mas provavelmente estou redondamente enganado) que se houvesse uma intenção séria e global para reduzir o consumo de drogas esse objectivo poderia ser conseguido com relativa facilidade. A minha presunção, admito-o, decorre de, felizmente, não ter tido até agora o azar de lidar directamente com o flagelo. E também há muito tempo já que me coloquei, e a alguns amigos meus, esta outra questão: E se, de repente, acabasse a droga?
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Dito de outro modo (..) : Se tivesses nas tuas mãos uma varinha de condão que, brandindo-a, cessaria imediatamente a produção de droga (e, portanto o seu consumo) brandias a varinha ou não?
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Para teu governo na tomada de decisão transcrevo do Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento de 1999 (...):"O comércio ilegal de droga, em 1995, foi estimado em 400 biliões de dólares, cerca de 8% do comércio mundial, mais do que a parcela de ferro e aço ou de veículos motorizados e aproximadamente o mesmo que a dos têxteis (7,5%) e do gás e petróleo (8,6%).
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Raymond W. Barker em Capitalism´s Achilles Heel - Dirty Money and How to Renew the Free Market System escreve "(...) all the global efforts made to combat drugs, the weakest link is our feeble anti-money laundering efforts. Basically, drug kingpins know that, once the sale is made, the cash is easy to move and legitimize."
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O número de toneladas confiscadas em todo o mundo representa, ainda segundo este autor, apenas 0,1% dos valores totais envolvidos.
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Mais adiante:"(...)The war on terror cannot be won without wawing an equal war on drugs, and the war on drugs cannot be won without wawing an equal war on drug money"
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Ora, meu caro Amigo, o problema está no facto de a lavagem de dinheiro (seja ele procedente de tráfico de dogas, de armas, de pessoas, etc.) utilizar os mesmos caminhos da evasão fiscal. E aqui é que a porca torce o rabo. Se vais atrás do rasto do dinheiro canalizado para uma quadrilha terrorista arriscas-te a encontrar pelo caminho capitais fugidos ao fisco, geralmente pertencente a pessoas consideradas muito idóneas, filantrópicas até.
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Chegado aqui, volto a perguntar: Então o que fazes com a varinha? Abanas ou não abanas?
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Não te esqueças que se a agitas deitas abaixo 8% (ou mais) do comércio mundial de um instante para o outro.Pergunta cínica, não é? Pois é.
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Ao pé de tudo isto estes tipos do IDT são uns aprendizes de feiticeiro. Acho eu. E tu?

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