Monday, October 01, 2007


Esta postura chinesa de cócoras é ainda frequente, apesar da celeridade e a turbulência envolvente dos tempos que correm cada vez a consentirem cada vez menos.



Porque era Sábado, pensámos, havia muito mais turistas nacionais de visita aos monumentos mais emblemáticos da capital. Errámos. As multidões de visitantes chineses que vimos no Templo do Céu, na Cidade Proíbida, no Palácio de Verão, em Pequim, durante o fim-se-semana, voltámos a encontrá-las em outros locais durante os dias seguintes em outros locais bem longe dali. Na Praça de Tian´an Men, onde havia preparativos para as celebrações da proclamação da República Popular da China a 1 de Outubro (em 1949), passeavam-se entre a neblina, que também era de poluição, grupos que se distinguiam uns dos outros pelas cores dos bonés: vermelhos, laranjas, brancos, nenhum verde, por ter conotações menos honrosas.
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À saída do Templo do Céu somos assediados por uma pequena multidão de vendedores de coisas pequenas, do Livro Vermelho de Citações de Mao Tsé-Tung e de imitações de marcas conhecidas. São imigrantes nacionais que abandonaram os campos e estão sem emprego ou procuram melhor recompensa. Quase que não se vêm pedintes, deparámos com três ou quatro casos de pessoas com grandes deformações físicas que nos estendiam a mão, uma ou outra velhinha a murmurar qualquer pedido de ajuda, mas são sobretudo os vendedores de pechinchas que mais aparecem a interpelar-nos em alguns locais de Beijing.
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Beijing que quase não reconhecemos. Onde antes havia um formigueiro humano que se deslocava em ondas densas de bicicletas há agora avenidas de arranha-céus congestionadas de automóveis. Mas há limpesa nas ruas e uma notável actividade de florestação e ajardinamento nos locais mais concorridos da cidade.
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Beijing, que ocupa uma área que é cerca de 1/5 do território português, tem mais de 16 milhões de habitantes, prepara-se para exibir a todo o mundo, durante os jogos olímpicos do próximo ano, a ímpar e imparável transformação que a China está a realizar.

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