Sunday, July 01, 2007

READ MY LIPS


..Manda a verticalidade que um homem deve falar claro e mijar a direito. Nas falar claro, custa caro. Darwin descobriu que são os que se adaptam que sobrevivem. Mais prosaicamente, o tratado de filosofia popular ensina que folga quem ouve e cala. Uma regra básica de política comportamental avisa que quem fala verdade, perde as eleições. Deste ramalhete, que poderia engrossar-se com muitas outras sentenças, retira-se, sem cinismo, que aos políticos bem sucedidos foi amputada a coluna vertebral ou treinaram-se em contorcionismos desde pequeninos. A conclusão tem excepções que servem, como é de regra, para confirmá-la.

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Uma das mais batidas habilidades contorcionistas dos políticas consiste em defender na Oposição precisamente o contrário do que procedem enquanto Governo. Outra, não menos vulgar, apresenta propostas populares sem contrapartidas, como se, por milagre, os almoços tivessem passado a ser gratuitos. É fácil, por exemplo, propor a redução de impostos; difícil é dizer é qual é a outra redução que essa redução implica. Como a memória dos homens é curta é frequente estes malabarismos passarem impunes.
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Em entrevista (Of Tax Cuts and Terror) concedida este fim de semana ao "The Wall Street Journal, Rudy Giuliani, candidato à nomeação republicana para as presidencias do próximo ano, mayor de Nova Iorque quando as Twin Towers foram derrubadas (2001/9/11), e que se notabilizou pela forma como reduziu a criminalidade na cidade e assegurou o regresso da cidade vitimada pelo terrorismo à normalidade, sintetisa de forma lapidar a diferença entre aqueles (muitos) que prosseguem uma carreira política de malabarista e aquilo que deve caracterizar a verticalidade em política.
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Concorde-se ou não com Rudy Giuliani, e há muitos pontos na sua entrevista em que discordo completamente do seu pensamento, não podemos deixar de reconhecer que estamos perante uma personalidade forte, com frontalidade bastante para dizer claramente o que pensa, e que, por isso mesmo, provavelmente não conseguirá sequer ser nomeado.
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Cito algumas afirmações de Giuliani:
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Leadership - is first figuring out what´s right, and then explaining it to people, as opposed to first having peple explain to you what´s right, and then just saying what they want to hear.
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I am, by all objective measures, the most fiscally conservative candidate in the race...
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Taxes rates should be lower... and our health care system ought to be moved away from the paternalistic model that we have now.
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I don´t think that we should close Guantanamo...
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If we have taken Hitler at his word, Stalin at his word, I think we would have much sounder decisions and saved a lot of lives. I don´t know why we have to think that Iranian President Mahmoud Ahmadinejad doesn´t mean what he says. Therefore, the more cautious, prudent way to react to it is, he means what he says.
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I used to say that about crime in New York, that the most important civil rights is being safe...It doesn´t matter if you have other civil rights if you can´t go out at night ... So if you are going to create an election in Iraq when the infrastructure of that society is crambled - ... - then democracy is a theory down the road, but yor life has desintegrated.
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Only half of the 300 000 civil servants due to retire over the next decade will be replaced
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It´s not an easy or comforting message, but Mr. Giuliani is not in the comforting business. Whether it´s a message the country wants to hear is something the voters will let us know.
(Brian M. Carney)

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