Monday, May 14, 2007

Rothko - National Gallery - Washington DC




(ao amigo António B., com quem divago, de vez em quando, acerca destas coisas)

O Público da terça-feira passada publicava um artigo de Alexandra Prado Coelho (Temporada de leilões em Nova Iorque) sublinhando que "nunca como agora as leiloeiras deram tantas garantias aos vendedores. O mercado da arte continua imparável e a arte do pós-guerra em ascensão.
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Quando, em 1960, o milionário norte-
americano David Rockefeller comprou o quadro White Center, pintado dez anos antes pelo expressionista abstracto Mark Rothko, pagou por ele cerca de dez mil dólares. Passado quase meio século, o quadro - que esteve pendurado na entrada do escritório de Rockefeller quando ele era presidente do banco Chase Manhattan - é a estrela da temporada ...A Sotheby´s, que o vai leiloar, espera que ele atinja pelo menos 40 milhões de dólares... Obviamente que o senhor Rockefeller não precisa do dinheiro. Então por que é que está a vender? O senhor Rockefeller é um banqueiro que reconhece um bom negócio quando o vê, explicação da Economist ."
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Rothko é um dos pintores abstractos que mais me intriga. Vejo e revejo os seus quadros, tentando descortinar neles a luz que mobiliza os sentidos de tantos admiradores, sem êxito.
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Há cerca de um ano, Eduardo Prado Coelho, publicava no Público um artigo de crítica literária elogiando a originalidade da poesia de Maria Andresen, a propósito do seu "Livro das Passagens", acabado de editar na altura. Recomenda, EPC, que "é preciso fazer como a (Maria Andresen) diz da pintura de Rothko: "Mark Rothko/elevava as cores à ignorância de Deus".
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Perceberam? Suponho que o sr. Rockefeller acabou por desistir, e fazer dinheiro.

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